Comprar uma segunda habitação para arrendamento: Fatores a analisar

17 Jun

Comprar uma segunda habitação para arrendamento: Fatores a analisar

Adquirir uma segunda habitação pode parecer um investimento viável, tanto pelo rendimento mensal proveniente do arrendamento do imóvel como pelo facto de ter um bem que poderá mais tarde vender por um valor mais alto, conseguindo uma margem de lucro.

Saiba o que ter em conta antes de tomar esta decisão.

1. Necessidade de recorrer a crédito habitação

O primeiro fator a ponderar no caso de pretender comprar uma segunda habitação para arrendamento é se vai necessitar de solicitar um crédito à habitação.

Em caso afirmativo, é essencial comparar todas as ofertas que há no mercado para certificar que obtém a mais vantajosa e calcular quanto tempo vai precisar para pagar o valor total da casa e começar a gerar lucro com o arrendamento.

2. Empréstimo para segunda habitação apresenta condições diferentes

No caso de se necessitar financiamento, é importante ter em atenção que os empréstimos para segunda habitação costumam ter condições diferentes dos créditos para habitação própria e permanente.

Regra geral, as entidades bancárias propõem um spread mais elevado, uma vez que existe uma maior probabilidade de incumprimento por parte do cliente, sendo uma forma de os bancos se precaverem em relação a esse risco.

Outro componente a ponderar é o montante de financiamento atribuído ao investidor com base no valor da avaliação do imóvel, ou seja, o LTV (Loan-to-Value). Por norma, para uma segunda habitação os bancos atribuem uma percentagem de financiamento inferior à de um crédito para primeira casa.

3. Despesas com o imóvel

Além do valor a pagar pela casa há outros custos que a considerar no momento de aquisição da mesma, tais como impostos e comissões relacionadas ao crédito, o IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas) e a escritura.

Também as despesas anuais inerentes ao imóvel devem ser tidas em consideração, nomeadamente os seguros multirriscos e de vida, custos com o condomínio e manutenção, o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e o próprio crédito habitação.

Agravamento do IMI para segunda habitação

Se tiver uma segunda habitação para arrendamento não verá o seu IMI agravado. A legislação atual prevê este agravamento para prédios devolutos em zonas de pressão urbanística, sendo que as habitações direcionadas a arrendamento não fazem parte desta categorização.

De acordo com o nº 1 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 67/2019 “o prédio urbano ou a fração autónoma que durante um ano se encontre desocupado é classificado como devoluto, nos termos previstos no presente decreto-lei.” Conforme a alínea a) do artigo 3º do Decreto-Lei nº 159/2006, “não se considera devoluto o prédio urbano ou fração autónoma: a) Destinado a habitação por curtos períodos em praias, campo, termas e quaisquer outros lugares de vilegiatura, para arrendamento temporário ou para uso próprio.”

Neste sentido, o IMI apenas é agravado caso os proprietários mantenham o prédio ou fração autónoma desocupado por um ano, ou mais. Se tiver uma habitação que esteja a arrendar e a mesma apresente uma taxa de ocupação constante, não excedendo um ano sem inquilinos, não terá de se preocupar com o agravamento deste imposto.

4. Conhecer o mercado

Antes de investir numa segunda habitação para arrendamento, é fundamental conhecer o mercado imobiliário, tal como a área geográfica do país onde se pretende realizar o investimento.

Assim, é importante averiguar os preços das diversas casas e comparar tipologias semelhantes em diferentes áreas para ver qual será a opção mais rentável.

5. Localização do imóvel

A localização do imóvel em que pretende investir também é essencial. Opte por uma zona central, atrativa e de interesse, principalmente se pretender arrendamento de curta duração em que os principais inquilinos serão turistas.

Se optar por arrendamento a longo termo para habitação própria de terceiros, o melhor será optar por um local perto de serviços públicos, tais como, por exemplo, escolas, transportes públicos, supermercados, etc.

6. Avaliar o retorno do investimento

A primeira etapa é verificar qual o preço das rendas praticadas na zona onde se localiza o imóvel relativamente a casas com uma tipologia semelhante, uma vez que não deve praticar um valor de renda muito inferior ou superior ao da média praticada nessa localização.

Para calcular a renda deve também ter em conta as despesas que tem com o imóvel e com impostos, de forma a praticar um preço justo.

7. Ser senhorio não é para todos

O papel de senhorio pode ser muito exigente e é preciso estar disponível sempre que seja necessário intervir com alguma obra de manutenção ou reparação da casa. Os reparos a fazer no imóvel podem sair-lhe caros, pelo que é prudente ter uma poupança de parte preparada para este tipo de imprevistos.

É ainda aconselhável colocar de parte um valor equivalente a, pelo menos, duas rendas, para garantir estabilidade se tiver um ou dois meses de desocupação por ano. Neste sentido, quererá garantir que a casa tem uma elevada taxa de ocupação, sendo que é importante conhecer os interessados em arrendar o imóvel e escolher aqueles com quem sente que se irá entender melhor.

Fonte: https://supercasa.pt/noticias/comprar-uma-segunda-habitacao-para-arrendamento-fatores-a-analisar/n3016