Já pensou em transferir o seu crédito habitação?

25 Fev

Já pensou em transferir o seu crédito habitação?

Saiba os motivos que justificam a transferência do crédito habitação, tudo o que precisa de fazer, os custos e os cuidados a ter.

São muitas as famílias que recorrem ao crédito na hora de comprar casa. Este é um financiamento que dura, por norma, 30 a 40 anos. Por isso, é um encargo que nos acompanha quase durante toda a nossa vida.

Mas se acha que tem de se manter vinculado ao banco onde fez crédito habitação durante todo o prazo do empréstimo, desengane-se. É possível transferir o seu crédito habitação para outra instituição.

O objetivo é poupar. Porque ao ter uma nova proposta, poderá ter a oportunidade de retirar outros produtos que não necessita, como cartões de crédito, seguros de saúde e outros produtos que teve de adquirir na altura em que fez o seu crédito e que lhe impede de fazer uma poupança significativa.

O que preciso de fazer para transferir?

Pode iniciar este processo sozinho, indo a vários bancos pedir simulações, ou então pode recorrer a serviços de intermediação ou consultoria, que possam encontrar-lhe as melhores condições.

A mudança pode ser feita a qualquer momento durante o período em que o empréstimo estiver em vigor. Há que avisar a instituição de crédito com 10 dias de antecedência, a mesma margem de tempo legal em que esta entidade deve disponibilizar a totalidade de dados e documentação à sua nova instituição de crédito, a partir do momento em que esta os solicita.

Assim como são necessários alguns documentos para iniciar um processo de solicitação de um crédito habitação, também vão ser igualmente necessários documentos para a transferência do seu crédito habitação, tais como:

· Documento de identificação;

· Comprovativo de morada e de IBAN;

· Última declaração de IRS;

· Nota de Liquidação;

· Os últimos 3 recibos de vencimento;

· Os últimos 3 meses de extratos bancários;

· Uma cópia da Escritura;

· Declaração da entidade patronal;

· Mapa de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal.

· Todos os documentos que os bancos podem pedir para aprovar o seu Crédito Habitação.

Tem custos?

Transferir o crédito habitação é um processo menos burocrático e mais rápido do que a contratação inicial de um empréstimo para comprar uma casa. No entanto, é necessário considerar alguns custos para se perceber se é, ou não, vantajoso.

O seu banco pode exigir que pague uma comissão de reembolso antecipado. Existem, porém, limites ao valor desta comissão. Não pode ultrapassar 0,5% do capital reembolsado, se for uma taxa de juro variável. Se tiver uma taxa fixa, a comissão não pode ser mais de 2% desse capital. Por exemplo, no caso de um financiamento a taxa variável com um capital em dívida de 100 mil euros, o custo da comissão de reembolso antecipado ascenderá aos 500 euros.

Depois, ao transferir o crédito habitação, também poderá ter de pagar ao seu banco inicial despesas que este tenha tido, por sua conta, por exemplo, com conservatórias, cartórios notariais ou administração fiscal. Este banco pode ainda pedir o pagamento dos juros devidos até essa data.

Já o banco para onde vai transferir o crédito, poderá cobrar-lhe a comissão de dossier (relacionada com a abertura de processo), a comissão de avaliação do imóvel, bem como os custos com a nova escritura.

No entanto, a nova instituição pode optar por assumir esses encargos, na totalidade ou em parte. E, nesse caso, o cliente não terá de suportar estes custos, ou terá de pagar menos, para mudar o empréstimo da casa para outro banco.

Cuidados a ter antes de transferir o crédito

Antes de mudar o seu crédito habitação para outra instituição é importante pedir simulações a vários bancos. Analise bem as condições que tem e compare com as que são oferecidas pelas outras instituições.

O spread não deve ser o único fator a ter em conta. Esteja atento porque, por vezes, os valores anunciados são válidos apenas durante um certo período.

Além disso, há outros elementos que influenciam o custo do crédito. Por essa razão, é essencial que compare a TAEG (a taxa anual de encargos efetiva global) e o MTIC (montante total imputado ao consumidor) de todas as propostas, ou seja, o custo real total do crédito.

Deve também informar-se sobre se existem vendas associadas ao novo financiamento (como seguros ou cartões de crédito) que possam aumentar as suas despesas mensais. Estas vendas são por vezes usadas como “moeda de troca” para spreads mais baixos. Assim, tenha atenção: se vai poupar na prestação, mas ter mais despesas com outros produtos, poderá não ser um negócio assim tão vantajoso.

Faça bem as contas para perceber se vale a pena manter o mesmo tipo de taxa de juro ou se compensa alterar. E preste também atenção ao prazo do novo crédito. Se for mais longo, a prestação pode ser mais baixa, mas também terá de pagar mais juros ao longo do crédito.

Ao transferir o crédito habitação está a assumir um novo compromisso. Assim, é importante garantir que tem todas as condições para que seja cumprido sem sobressaltos.

Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/financas-pessoais/ja-pensou-em-transferir-o-seu-credito-habitacao-14609757.html